Taxa Básica de Juros cai para 6,75% ao ano

Por Portal Opinião Pública 08/02/2018 - 13:54 hs
Foto: Agência Brasil

 

Na primeira reunião do ano, o Copom (Comitê de Políticas Monetárias) do BC (Banco Central) cortou 0,25 ponto percentual da Selic (taxa básica de juros), reduzindo-a para 6,75% ao ano. Trata-se do 11º corte consecutivo e o menor índice da história. Segundo especialistas, o recuo, embora positivo, é resultado da recessão vivida pelo País e do PIB (Produto Interno Bruto) estagnado.

Na avaliação de Silvio Paixão, professor de Análise de Cenários Econômicos e Macroeconomia dos cursos de MBA da Fipecafi, o ano ainda não está favorável para recuperação da economia, e a queda dos juros básicos é uma tentativa de reaquecê-la. “Teremos eleições e Copa do Mundo, além de muitos feriados prolongados, o que dificulta que a economia volte a girar. A intenção deste corte é tornar as empresas mais competitivas para, quem sabe, vender mais.”

Por outro lado, Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, avalia que o consumidor não sente os reflexos do recuo do índice. “Quem produz ainda paga muito caro pelo crédito, assim como o cidadão que consome. Mesmo (a Selic) chegando em 6,75%, as pessoas continuam pagando mais, pois as quedas demoram a chegar na ponta.”

Investimento

Se por um lado não facilita a vida do consumidor, a redução da taxa, por outro, pode impactar negativamente os investimentos estrangeiros no País. Isso porque, com a previsão de que os juros dos Estados Unidos subam 0,75 ponto percentual sobre o atual 1,5% ao ano, o país se torna mais atrativo para os investidores.

“Mesmo que os rendimentos lá sejam menores, o mercado financeiro enxerga que há menos riscos do que aqui”, completou Paixão. Outro incentivo para investir nos Estados Unidos é a tributação das empresas. “Nos Estados Unidos, elas pagam cerca de 25% de IR (Imposto de Renda), enquanto que, no Brasil, pagam pelo menos 35%”, destaca.

Caso haja uma migração de investimentos, o dólar tende a subir, o que pressiona a inflação pelo fato de produtos e insumos ficarem mais caros.